quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Sagração da Primavera (reg. Esa-Pekka Salonen)


A OBRA:
A Sagração da Primavera é um balé em dois atos composto por Igor Stravinsky em 1913 e é considerada a obra que marca o início do modernismo na história da música. Composta sob encomenda para os Balés Russos de Diaghilev, a obra teve sua Premiére no dia 29 de maio de 1913 no Théâtre des Champs-Élysées, em Paris. Com sua exótica abordagem rítmica, desafiando bom número de regras e contestando tudo que se conhecia até então a obra causou um escândalo memorável na capital francesa. A Sagração conta a história da imolação de uma jovem que deve ser sacrificada como oferenda ao deus da primavera em um ritual primitivo, a fim de trazer boas colheitas para a tribo.
A obra subdivide-se em duas partes principais:

1. A adoração da terra (8 seções);

01 - Sagração da Primavera - Introdução
02 - Os augúrios primaveris (Danças das Adolescentes)
03 - Ritual do Rapto
04 - Rondas da Primavera
05 - Jogos das tribos rivais
06 - Cortejo do sábio
07- Adoração da Terra (O sábio)
08 - Dança da Terra

2. O sacrifício (6 seções).

09 - Parte dois - Introdução
10 - Círculos místicos dos adolescentes
11 - GLorificação da eleita
12 - Evocação dos ancestrais
13 - Ritual dos ancestrais
14 - Dança do sacrifício (A eleita)

A orquestração necessária é gigantesca (nada menos que 8 trompas no colossal grupo de 38 instrumentos de sopro). A obra confronta todas as exigências da tradição da música ocidental, que, até o início do século XX, colocam a melodia e a harmonia acima do ritmo na hierarquia dos elementos musicais. A Sagração subordina as duas primeiras à terceira. Essa inovação e a inspiração que ela causou nas gerações futuras causaram uma profunda revolução naquilo que se acreditava em música.
"Sonhei com um grande ritual pagão! Tive uma soberba visão repleta dos mais inusitados efeitos sonoros indefiníveis (...) Os sábios anciãos estão sentados num círculo e observam a dança que antecede a morte da jovem que vão oferecer como sacrifício ao deus da Primavera, com vista a conquistar a sua benevolência", descreveu o compositor.
a música fortemente ritmada, dissonante e "selvagem" sugere uma atmosfera primordial e uma época primitiva. A coreografia, por seu lado, tinha um carácter erótico e também primitivo, indo ao arrepio de tudo quanto o público parisiense estava habituado a ver. Atualmente, o Sacre du Printemps já não escandaliza o público. É mesmo uma das mais celebradas peças para bailado, tendo vindo a integrar o repertório de muitas companhias de dança.

O COMPOSITOR:
Ígor Fiódorovitch Stravinski — (1882 – 1971) foi um compositor russo, um dos mais influentes nomes da música do século XX, considerado pela Time uma das cem pessoas mais influentes do século XX. Sua carreira como compositor foi notável por sua diversidade. Sua obra tem influências de canções folclóricas, primitivismo, jazz, Música classicista, bitonalidade, atonalidade e serialismo.
Filho de um cantor da ópera imperial de São Petersburgo, aos vinte anos estudou com o compositor Rimsky-Korsakov. Em 1910, compôs Pássaro de Fogo – o primeiro de uma série encomendada pelo Balé Russo, e obteve imediato sucesso. A partir daí, outras obras para balé lhe seriam solicitadas. Em menos de um ano, mais uma vitória. Dessa vez, com Petrushka, interpretada por Nijinsky. Mas foi com a célebre A Sagração da Primavera (1913) que seu nome entraria mesmo para a história da música universal. A apresentação da obra causou escândalo devido às dissonâncias, à assimetria e alternância de ritmos da música. Reza a lenda que stravinsky profriu um "vão para o inferno" ao publico, durante o tumulto na estreia da sagração.

O MAESTRO:
Esa-Pekka Salonen é maestro e compositor finlandês, (ja foi maestro da Filarmônica de Los Angeles e da Filarmônica de Londres). estudou corne e composição na academia Sibelius, assim como regência. Sua primeira experiência com regência veio em 1979 com a Finnish Radio Symphony Orchestra, apesar de ele se considerar principalmente um compositor. Em 1983, contudo, ele apresentou-se com a Filarmônica de Londres, a Sinfonia n° 3 de Gustav Mahler, o que deslanchou sua carreira como maestro. Ele se tornou então maestro convidado entre 1985 a 1994. Em novembro de 2006, Salonen foi anunciado como o novo maestro principal da Filarmônica de Londres em 2008.
Salonen foi maestro principal da Swedish Radio Symphony Orchestra de 1984 - 1995, e é mundialmente reconhecido por sua dedicação em performance e gravação de músicas contemporâneas. Ele ganhou o "Gramophone Award" por sua gravação da Sinfonia n/ 3 de Witold Lutoslawski.

clique para baixar a sagração da primavera (de quebra você leva mais uma Sinfonia em 3 movimentos).
Veja a baixo a utilização desta belíssima obra no desenho fantasia dos estudios Disney (1940).
parte 1

parte 2

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